segunda-feira, 17 de junho de 2013 | By: Unknown

Sonho de uma noite de outono

Vinte anos recém completados e uma noite para guardar na memória. A história da garota que conquistou a admiração de um dos maiores cineastas do Brasil.  


(e uma amiga muito querida, que foi muito gentil em ceder de primeira essa história maravilhosa! :)


Mariana Martins começou a faculdade de cinema em 2011. Em agosto do ano passado trancou a matrícula para cursar audiovisual. Esse mês, recebeu das mãos de Fernando Meirelles, reconhecido cineasta brasileiro, um prêmio pelo curta "Âmbito de Liberdade", feito em parceria com Pedro Barbosa. A proposta do “The Walkers” era promover a história do Brasil através de personagens que, apesar das dificuldades, "continuam caminhando". A ação foi criada pela Johnnie Walker, marca de scotch whisky da Diageo. Para o curta, Mariana decidiu seguir pelo caminho da arte. Escolheu Paulo PT Barreto, um antigo professor de desenho, como protagonista da história. Relembra, com carinho, as aulas que teve ao lado dele: "Me ensinou muito mais que desenhar, mas a deixar a arte ser livre, a procurar evoluir sempre e se permitir experimentar. Nada do que retratamos então no vídeo fugiu disso."

Foram apenas 4 dias entre filmagem, edição e finalização. Os empecilhos, por sua vez, não poderiam ter sido maiores. O notebook sem bateria e a falta de um lugar para finalizar o vídeo tornaram o trabalho ainda maior. "O que era para ser apenas uma finalização acabou nos tomando o dia inteiro. Incrível como é difícil chegar a um produto que nos agrade quando a produção é inteira nossa! Sempre víamos algo a ser alterado e abríamos o briefing a cada mísera alteração para termos certeza de que estávamos no caminho certo", conta ela.

Mariana é exigente. Por vezes, chegou a desacreditar da própria obra: "A única coisa que consegui falar para ele (Pedro) era: 'Esquece, a gente não vai ganhar esse concurso'. Havíamos visto tantas vezes o nosso trabalho que já conhecíamos cada pixel errado nele e não conseguíamos mais vê-lo como a obra poderosa que nos orgulhávamos antes." Até hoje, depois de receber o prêmio, diz que mudaria várias coisas no vídeo. Mas basta passar algumas horas ao lado dela para perceber que a modéstia é verdadeira: É uma garota que se cobra muito, não se satisfaz com pouco. Verdadeiramente mudaria o trabalho final. 

A entrega do prêmio e o reconhecimento pelo curta se concretizaram em uma cerimônia no Cinemark do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Sobre o grande dia, foi um desafio para a garota tímida, de apenas um metro e meio, estar entre um dos gigantes do cinema. Mariana se emociona ao lembrar daquela noite. Com ar distante e sonhador, confessa: "Tudo parece surreal até agora, da mesma forma que pareceu no dia. Estava cercada por pessoas que sempre me apoiaram e por pessoas que sempre admirei, todas assistindo a algo que eu fiz na tela de um cinema. Acho que nunca vai realmente cair a ficha de que isso aconteceu. Deitei a noite e pensei 'será que hoje foi real?', mas no dia seguinte lendo todas as reportagens, comentários e fotos do evento, pude ter certeza de que não estava sonhando. Vou guardar pra sempre essa história na memória, assim vou ter forças para ter mais dias surreais como esse.”

A paixão pelo cinema é algo que transparece na voz da garota de 20 anos que, desde o colégio, já sabia exatamente o que queria fazer pelo resto da vida: Ser ouvida. O audiovisual foi o caminho que ela encontrou para ecoar sua voz. "Apesar de todas as dificuldades, fazer filmes é nossa vida. Mais que isso, sinto que nasci para transmitir para o mundo as ideias que eu tenho, para debater, ouvir opiniões e espalhar aquilo que eu considero bom. Alguns escolhem escrever como melhor maneira de expressão e eu escolhi o audiovisual. Foi algo tão prazeroso que nunca conseguirei ilustrar em palavras. Talvez em um filme, algum dia, quem sabe", promete.

0 comentários:

Postar um comentário